Há certas almas
como as borboletas,
cuja fragilidade
de asas não resiste
ao mais leve contato,
que deixam ficar
pedaços pelos dedos
que as tocam.
Em seu vôo de ideal,
deslumbram olhos,
atraem as vistas: perseguem-nas,
alcançam-nas, detem-nas,
mas, quase sempre,
por saciedade ou piedade,
libertam-nas outra vez.
Ela, porém, não voam
como dantes, ficam vazias
de si mesmas,
cheias de desalento...
Almas e borboletas,
não fosse a tentação
das cousas rasas;
- o amor de néctar,
- o néctar do amor,
e pairaríamos nos
cimosseduzindo do alto,
admirando de longe!...
Gilka Machado
(in Sublimação, 1928)
(in Sublimação, 1928)
Um comentário:
Joana,
Adorei o Blog. É sugestivo, tem um visual muito bonito e, além de tudo, é poético.
Parabéns!!!!!
Elisângela
Postar um comentário